12 de junho? A primeira lembrança a surgir à sua mente talvez seja a data alusiva aos namorados, dia a lembrar amor e carinho. Está correto. No entanto, a mesma data é também o Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil, que tem como objetivo conscientizar a sociedade de que a infância, ao menos nos países desenvolvidos, significa tempo de contos de fadas e de brinquedos e não um salto sem intervalos para a idade adulta.

A exploração indevida da mão-de-obra infantil acontece quando toda e qualquer atividade econômica ou de sobrevivência, com ou sem finalidade de lucro, remunerada ou não, é realizada por crianças ou adolescentes com idade inferior a 16 anos, como, por exemplo, trabalhos forçados, praticamente escravos, com longas jornadas de trabalho, exploração sexual e comercial. Em torno de 4,8 milhões de crianças e adolescentes entre cinco e 17 anos sofrem desse abuso no Brasil.

Em Candelária, as atividades de conscientização alusivas à data estão sendo organizadas pela Comissão Municipal do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Competi) em parceria com a Prefeitura Municipal, através da Secretaria Municipal de Assistência Social, Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), realizadas durante todo o mês de junho e no segundo semestre desse ano.

Ontem, 9, na parte da manhã, seis integrantes dos centros de referências e da Secretaria de Assistência Social realizaram um Pit Stop de conscientização para a erradicação do trabalho infantil. A ação aconteceu na avenida principal e consistiu na distribuição de folders explicativos sobre os cuidados referentes ao Trabalho Infantil. Segundo a psicóloga da secretaria de Assistência Social, Graziele Mahl, a família deve aprender e ensinar às crianças a diferença entre o dever e a obrigação. Elas podem ajudar em casa, tomando parte em alguns afazeres, mas não se tornando vítimas de exploração. "Muitas crianças deixam de estudar para trabalhar", explica Graziele. Para a coordenadora do Creas, Eliana Reolon, o centro recebe crianças e adolescentes em um estado de necessidade de atendimento psicossocial. "Elas aparecem com queimaduras, cortes e até mesmo com a perda de membros", informa Eliana. A coordenadora orienta as famílias a procurar os centros de referência para que elas possam receber um auxílio de organização familiar diferente.

Competi: é formada pela Brigada Militar, Centro de Referência Especializado de Assistência Social, Centro Social Amigo da Criança, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Conselho Tutelar, Delegacia de Polícia Civil, Emater/Ascar, Organização dos Advogados do Brasil, Paróquia Nossa Senhora da Candelária, Secretaria Municipal de Assistência Social, Secretaria Municipal de Educação, Secretaria Municipal de Saúde, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Candelária e Sindicato Rural de Candelária.

Próximas atividades

14/06: Participação do Colégio Medianeira no Centro Social Amigo da Criança, com atividades referentes ao tema "Trabalho Infantil".

Manhã: 9h - 10h30min;

Tarde: 14h - 15h30min.

28 a 30/06: Palestra com as crianças do Projeto "Pelotão Mirim", turma da manhã e da tarde, nas dependências da Brigada Militar, com o tema "Trabalho Infantil".

17/08: Seminário do CREAS, em parceria com a Competi, sendo um dos temas "Trabalho Infantil".

Durante o segundo semestre

Palestras sobre "Trabalho Infantil" para alunos, pais e comunidade, nas seguintes localidades:

- Vila Botucaraí, Pinheiro, Picada Escura e Vila União.

Importante

O trabalho que precisa ser erradicado é aquele que:

>> explora a criança e o adolescente em vez de empregar os pais;

>> escraviza e explora sexualmente;

>> cria situações de risco pessoal e social para crianças e adolescentes;

>> retira precocemente a criança de seus espaços pedagógicos;

>> dificulta a permanência da criança na escola.