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Área do Botucaraí pode virar parque municipal
10 de Junho de 2011

Área do Botucaraí pode virar parque municipal

Conhecido como o morro isolado mais alto do Estado, o Botucaraí apresenta riquezas que vão muito além de suas características geográficas. Os índios que habitaram o território candelariense chamaram-no de monte santo, ybyty-caray na linguagem tupi-guarani, circunstância que originou sua denominação. A aura mística em torno do Botucaraí foi reforçada pelo monge João Maria de Agostini, que habitou o local por volta de 1848. Dessa forma, sucessivas gerações de candelarienses cresceram ouvindo histórias do morro, convivendo também com sua presença onipresente, que apresenta ângulos e facetas diferentes dependendo do ângulo de observação. Atração também para os que gostam de exercitar o espírito de aventura, o morro Botucaraí já serviu de inspiração para projetos ousados, entre os quais se destaca o frustrado plano de instalação de um bondinho, na década de 60, do século passado. Pois nessa semana, a prefeitura de Candelária começou a tratar de um projeto voltado para o chamado monte santo: a criação do Parque Municipal do Botucaraí.

A proposta em torno da criação de um parque municipal foi debatida em reunião realizada na manhã de ontem na Casa de Cultura, com representantes da secretaria municipal de Turismo, Cultura e Esporte e da secretaria municipal de Agricultura e Meio Ambiente, incluindo os secretários Jorge Mallmann e Marco Treichel. O ponto de partida do projeto é criar as condições necessárias para preservar de forma responsável a área do Botucaraí e seu entorno, viabilizando também sua exploração turística. Segundo o que foi debatido na reuião, essa proposta se enquadra na lei 9.985, de 18/07/2000 (institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza), no Grupo das Unidades de Uso Sustentável, na categoria de área de Relevante Interesse Ecológico. Esta opção se baseou em amplo e completo estudo elaborado pela Fundação Zoobotânica do RS sobre o Botucaraí e seu entorno. Entre várias questões importantes, ressalta a engenheira ambiental Lidiane Radtke, o estudo mostra que na área do Botucaraí existem espécies raras de fauna e flora ameaçadas de extinção, como a ave sabiá sica e as variedades de palmiteiro e araucária.

A ideia de preservação do Botucaraí visa reforçar a legislação já existente. A lei nº 35, de 30/11/1956, declarou de utilidade pública o topo do morro. Já a lei nº 068/91, de 13/12/1991, declarou o Botucaraí patrimônio histórico do município. O secretário Marco Treichel salientou a importância do município avançar na preservação de um de seus principais patrimônios naturais. Na sua opinião, a criação do parque municipal dentro de concepções modernas de preservação ambiental poderá abrir caminho para a obtenção de recursos de esferas públicas e até de empresas interessadas em investir em projetos ecológicos. Por sua vez, o secretário Jorge Mallmann lembrou que o parque do Botucaraí poderá viabilizar a melhoria da infraestrutura do local, incluindo melhorias no acesso, inclusive até o topo do morro. "Somando-se todas as características e peculiaridades do Botucaraí, é fácil identificar um notável potencial turístico. O desafio é organizar e estruturar essas possibilidades, buscando sua implementação de forma responsável com as questões ambientais", concluiu.

Fonte:Folha de Candelaria








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