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Um alerta contra o abuso e a exploração sexual de menores
24 de Maio de 2011

Um alerta contra o abuso e a exploração sexual de menores

A criança tem na família ou nas pessoas mais próximas a sua principal base de proteção. Porém, muitas vezes, ela é surpreendidas por ações que contrariam essa certeza. São situações que invadem sua dignidade, gerando graves consequências psicológicas e até mesmo sentimentos de desconforto, que podem permanecer durante toda sua vida.

Para reforçar a necessidade de evitar casos como esses e marcar participação no Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, comemorado na quarta, 18, integrantes do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), juntamente com representantes da secretaria municipal de Assistência Social e da prefeitura, promoveram um Pit Stop de conscientização na avenida Pereira Rego. A ação ocorreu pela manhã, na esquina do Banrisul, e consistiu na distribuição de folders explicativos sobre o significado da data e de material com informações sobre os serviços gerais prestados pelo Creas. Como forma de chamar atenção para o tema do Pit Stop, foram entregues aos motoristas que passavam pelo local uma gérbera. A flor foi escolhida para simbolizar a vulnerabilidade, a delicadeza e a fragilidade das crianças e adolescentes, frente ao abuso e a exploração sexual.

Dando sequência às atividades, a equipe do Creas desenvolveu um bate-papo e dinâmicas de grupo à tarde. O objetivo, segundo a coordenadora do Creas, a psicopedagoga Eliana Reolon, foi debater o assunto para orientar as adolescentes que integram o projeto Baile dos Sonhos.


SOBRE O CREAS - O Centro de Referência Especializado de Assistência Social trabalha diretamente com crianças e adolescentes que tenham sido vítimas de algum tipo de violência, como a sexual, por exemplo. Segundo a coordenadora, os casos recebidos envolvem crianças e adolescentes de ambos os sexos, tanto da cidade quanto do interior. A maioria dos casos de abuso ocorrem no ambiente intrafamiliar, ou seja, são praticados por pessoas de convívio próximo ou diário das vítimas, como pais, avós, tios e responsáveis. Todavia, também há os praticados em outros ambientes, o que pode caracterizar exploração sexual, que tem fins lucrativos. A pornografia e tráfico de crianças são exemplos disso.

Tais denúncias podem ser feitas ao Conselho Tutelar do município, que analisa caso a caso. Quando é detectada a necessidade de uma análise psicossocial, a criança ou o adolescente é encaminhado ao Creas, onde é feito o procedimento de escuta e acompanhamento individual. Conforme Eliana, o centro atende mais pessoas que estão em situações de vulnerabilidade social. Isso não significa, no entanto, que as demais classes sociais estejam imunes à violação de seus direitos. "A verificação e comprovação de violência sexual nas classes favorecidas são de difícil acesso, especialmente pela omissão dos envolvidos", explica.

Um exemplo disso, conforme destaca, é a história do ex-boxeador Sugar Ray Leonard, que foi duas vezes abusado sexualmente, quando ainda era adolescente (hoje ele tem 55 anos), por um importante técnico olímpico. Ele descreve o abuso, 40 anos depois, em sua autobiografia - "The Big Fight: My Life In and Out of the Ring" (A Grande Luta: Dentro e Fora do Ringue, em português) - que será lançada em junho. Portanto, pode-se ver que o abuso e a violência praticados contra crianças e adolescentes ocorrem indiferentemente de condição social, raça ou cor. "A problemática existe, por isso, devemos pensar em estratégias coletivas para combater o problema", conclui a coordenadora.


DENÚNCIAS - O Disque Direitos Humanos, também chamado de "Disque 100", é um serviço que funciona diariamente das 8h às 22h, inclusive nos finais de semana e feriados. Tem como objetivo acolher denúncias que envolvem violações dos direitos de pessoas em situação de rua, crianças e adolescentes, idosos, população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) e pessoas com deficiência. As denúncias recebidas são analisadas e encaminhadas aos órgãos competentes num prazo de 24h.


Civil realiza operação em bares e boates

Integrando as ações ralizadas no Dia Nacional de Combate ao Abuso Sexual de Crianças e Adolescentes, durante a noite da última quarta-feira, 18, a Polícia Civil de Candelária realizou uma operação que consistiu na visita a bares e boates do município para averiguar a possível presença de crianças e adolescentes nestes locais. Nenhuma irregularidade foi encontrada. Durante a operação, os proprietários foram orientados a informar à polícia sobre qualquer situação de risco que envolva menores.


História

O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes foi criado no ano de 1998. A escolha pelo dia 18 relembra a data do sequestro de Araceli Cabrera Sanchres, ocorrido no ano de 1973, em Vitória (ES). Ela tinha oito anos, quando foi drogada, espancada, estuprada e morta por criminosos, membros de uma tradicional família capixaba. Muita gente acompanhou o desenrolar do caso, desde o momento em que Araceli entrou no carro dos assassinos até o aparecimento do seu corpo, já desfigurado pelo ácido, em uma movimentada rua da cidade. O silêncio da sociedade acabou com a possibilidade de justiça à morte da menina, pois poucas pessoas foram capazes de denunciar o crime, que até hoje está impune.

Fonte:Folha de Candelaria









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