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Aqueduto será divulgado em rede nacional
29 de Março de 2011

Aqueduto será divulgado em rede nacional

A temporada 2011 do programa Grandes Fazendas, uma produção do Canal Rural transmitida em nível nacional, vai iniciar por Candelária. As gravações dessa primeira edição do ano foram feitas nesta semana no Aqueduto, um dos pontos turísticos mais conhecidos do município. A equipe chegou ao local - Linha Curitiba, a 3 km da sede - na segunda, 21, para entrevistar a proprietária Sílvia Becker. Acompanhado do operador de áudio Marcelo de Oliveira e do cinegrafista Cristiano Mazoni, o apresentador Sandro Fávero conheceu um pouco mais desse patrimônio histórico. As imagens vão ao ar no mês de abril (data não foi informada pela equipe).

A reportagem da Folha acompanhou os bastidores das gravações feitas na manhã de terça, 22, e conversou rapidamente com Fávero. Ele explicou que o programa surgiu há quatro anos com o objetivo de resgatar a história das fazendas existentes em diversas regiões brasileiras, levando em conta os traços da arquitetura, a produção e a ligação com a agricultura das cidades onde se localizam. Desde a idealização, foram percorridos inúmeros Estados, como Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, nos quais se encontram as fazendas dos chamados barões do café. "Também foram percorridas as regiões do ciclo do ouro, em Minas Gerais, e do ciclo da cana-de-açúcar, no nordeste", informou. Já no Rio Grande do Sul, foi resgatada a origem das fazendas localizadas nas antigas Charqueadas, na região da Campanha.

Segundo ele, o retorno das gravações em solo gaúcho, mais especificamente candelariense, foi uma coincidência. Fávero revela que conheceu o Aqueduto através da família da sua namorada, que é de Candelária. "Um dia ela me convidou para visitar o lugar. Foi uma coincidência porque encaixou no perfil do programa", disse, ao evidenciar que o estilo arquitetônico e a infraestrutura da sede lhe deixaram impressionado. Ao falar sobre o que pretende mostrar em Candelária, Fávero resume que "o objetivo é contar os detalhes relacionados à origem do Aqueduto, a ligação com a colonização, os processos de restauração, a relação dos atuais proprietários, o empenho para restaurar, além das vantagens ou dificuldades ocasionadas pelo tombamento histórico".

Outro ponto observado pelo apresentador diz respeito à quantidade de fazendas preservadas no Brasil. Conforme explica, muitas delas estão em áreas mais urbanizadas e preservam traços da colonização portuguesa. Entre os próximos locais de gravação está uma fazenda localizada na capital do Rio de Janeiro e que preserva características da época do Império. A equipe permaneceu em Candelária até quarta, 23.


Saíba mais

O Aqueduto foi construído a pedido de João Kochenborger, um dos primeiros imigrantes alemães a chegar a Candelária, em meados de 1862. A data exata de sua construção é desconhecida, mas pesquisadores locais estimam que a edificação tenha sido feita entre os anos de 1868 e 1870. Relatos dos descendentes de Kochenborger dão conta de que os milhares de tijolos utilizados para formar os 79 arcos, numa extensão de 304 metros, foram prensados manualmente, um a um. Depois teriam sido submetidos a um processo de cozimento na própria propriedade. Sobre o Aqueduto fluía a água captada no Arroio Molha Grande, que acionava duas rodas d’água e gerava força para mover um engenho de serra, um moinho de milho e trigo, pilões para triturar erva-mate e um pequeno descascador de arroz. A obra, com três metros de altura, foi declarada patrimônio histórico de Candelária em 11 de janeiro de 1988. No mesmo ano foi restaurada com a supervisão de arquitetos da Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Atualmente, a propriedade pertence à família de Sílvia e Bertoldo Becker. Foi o tio de Sílvia, Leopoldo Graeff, quem comprou a área de Kochenborger e depois vendeu para seu pai, Eugênio Filter, em meados de 1950.

Fonte:Folha de Candelaria








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